segunda-feira, 30 de maio de 2016

A importância do feedback na gestão de equipes de professores

De acordo com Bill Gates, um dos problemas mais recorrentes em escolas ao redor do mundo é a falta de feedback dado aos professores em relação ao desempenho.

A palavra feedback propriamente dita significa dar um retorno a respeito de como você está se esforçando para atingir um certo objetivo. Exemplos de feedback podem ser de um amigo dizendo: “quando você fala usando esse tom de voz mais calmo, eu me sinto melhor”; ou ainda de um professor que diz a respeito de uma redação de um aluno: “o parágrafo me prendeu, mas achei o diálogo um pouco confuso”.

Feedback é um processo de extrema importância em qualquer área de atuação. Um feedback efetivo requer que a pessoa tenha um objetivo claro em mente e, a partir da informação recebida, fará com que você continue no caminho ou desvie para outra direção.

Uma das mais importantes características de uma boa gestão de equipes de idiomas é o constante e construtivo feedback dado aos professores. Para que o profissional cresça, é necessário que ele saiba exatamente seus pontos fortes, suas características que devem ser trabalhadas e limitações que devem ser superadas.

Entretanto, um feedback realmente construtivo só pode ocorrer quando o gestor ou coordenador pedagógico conhece profundamente o trabalho do professor. Um bom feedback não pode simplesmente ser baseado na impressão que o coordenador tem daquele professor, ou ainda no que os outros membros da equipe, alunos e mesmo pais de alunos têm a dizer sobre ele. Apesar dessas também serem importantes fontes de informação sobre o desempenho do professor, é essencial que o gestor esteja presente na sala de aula fazendo observações e acompanhe de perto o desenrolar das aulas e o planejamento desse profissional.

Na área de ensino de idiomas, observação de aulas e feedback são ainda mais importantes, pois existe a necessidade das visões de ensino, aprendizagem e linguagem estarem alinhadas com os objetivos e cultura da escola.

Além disso, para que haja um desenvolvimento profissional e um crescimento constante, a formação contínua deve ser incorporada à cultura da escola. Somente com a oportunidade de aprender mais e aplicar o que aprendeu em sala de aula, sempre com supervisão e retorno sobre o desempenho, é que o professor contribuirá para o crescimento de sua escola, trabalhando com entusiasmo e motivação.


Para saber sobre outras funções do coordenador pedagógico de idiomas, clique aqui. Para saber mais sobre nossos serviços de consultoria pedagógica, clique aqui.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Avaliação processual no ensino de línguas. Quem faz?


O campo de trabalho da Educação, assim como qualquer outro, é frequentemente bombardeado pelo que chamamos de buzz words, ou seja, as palavras do momento que, na maioria das vezes, definem práticas em voga, ou práticas que deveriam estar em voga. É bastante comum, ao ser perguntado sobre suas abordagens avaliativas, o professor responder: “Em nossa escola usamos a abordagem da avaliação processual, ou seja, nosso aluno é constantemente avaliado ao longo de seu aprendizado." Ok, parece ótimo, não? Porém, a pergunta que não quer calar é: quem faz isso de verdade? Como saber se minhas práticas de avaliação refletem de fato os procedimentos que definem uma avaliação processual e qualitativa? Reunimos alguns pontos que podem nos auxiliar a compreender melhor essa abordagem tão essencial em sala de aula e também a não confundir as coisas.

- Avaliação processual também mede o que o aluno sabe – uma das principais metas da prova tradicional é detectar o que o aluno não sabe, os seja, mede as falhas no aprendizado e o pune por isso, quando deveria também celebrar o que foi de fato aprendido por ele. Entretanto, muitas vezes aquilo que o aluno absorveu nem sempre é o que desejamos medir naquele momento. Em uma avaliação processual, o que foi aprendido deve ser mais valorizado do que aquilo que ainda não foi assimilado pelo aluno, pois a ideia é avaliar as etapas do aprendizado, com o objetivo de recompensá-lo por seu sucesso e auxiliá-lo com as dificuldades.

- Avaliação processual refuta a ideia da prova como punição esta ideia tem bastante relação com o tópico acima. Afinal de contas, o professor que oferece como única forma de avaliar uma prova de múltipla escolha está punindo os alunos que possuem mais dificuldades com esse formato. Também cria-se uma expectativa negativa em relação à ideia de ser avaliado, como se isso sempre fosse algo ruim, difícil, feito para punir aqueles que não se encaixam nesse modelo imposto pela escola. A avaliação processual, por outro lado, foca na monitoração do aprendizado e na autonomia. Se meu aluno confiar que meus objetivos são, de fato, ajudá-lo e não puni-lo, a avaliação deixa de ser um fardo para se tornar uma atividade como qualquer outra.

- Avaliação processual nem sempre é qualitativa, mas deveria ser – Avaliação processual significa exatamente avaliar o aprendizado durante o processo, e não ao final dele. Isso significa que o aprendizado não pode ser medido através de uma ou duas provas escritas, que serão somadas e divididas por 2. Essa abordagem, um tanto quantitativa, pode estar presente na vida dos alunos no vestibular, mas não pode determinar, por si só, o quanto o aluno aprendeu. Muito mais justa é a nota que se baseia no acúmulo de diferentes tipos de atividades que reflitam o progresso do aluno em determinado conteúdo.

- Avaliação processual apresenta formas variadasos instrumentos da avaliação processual não possuem, necessariamente, as características de uma prova comum, ou seja, nem sempre o instrumento que utilizamos para avaliar tem “cara” de prova. Você pode utilizar uma atividade na qual o aluno mostrou um bom conhecimento e dedicação, um desenho no qual o aluno expressou com destreza a compreensão de um texto, ou ainda um vídeo de uma apresentação oral na qual o aluno se saiu bem. Todas essas formas de avaliar são válidas, desde que os objetivos estejam claros para todos.

- Avaliação processual de qualidade depende de parâmetros justos e claros para que funcione, não só os professores devem ter em mente seus objetivos com as atividades avaliativas, mas também os alunos devem estar a par desses objetivos. Os alunos precisam saber quais são os parâmetros de avaliação para determinada atividade, ou seja, o que é esperado deles em cada aspecto dessa. Para isso, o professor deve ter os parâmetros bastante claros para si, preparando-os com base em seus objetivos de aprendizado e naquilo que espera dos alunos naquele momento. 

E então? Como podemos incorporar os princípios da avaliação processual em nossa prática como professores de idioma? Conte-nos nos comentários!

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Desgramatiza! A dura tarefa do desapego da gramática descontextualizada em prol da comunicação - Juliana Tavares



É fato que, para o professor de língua estrangeira, trabalhar com a ajuda de um livro didático é algo de extrema importância. Ter um material didático como guia de seu trabalho possui diversas vantagens: ajuda o professor a planejar o ano letivo com base em suas unidades, fornece prática aos alunos através de suas tarefas, é algo concreto através do qual os alunos podem estudar, etc. 

Até aqui, só vimos o lado bom do material didático. Mas, como tudo na vida, adotar um livro tem também seu lado negativo e hoje vamos focar em um dos problemas através de um exemplo bastante recorrente: a gramática descontextualizada. 

Recentemente, ao auxiliar uma professora com o planejamento de uma aula, o problema foi bastante óbvio. Ao apresentar comparativos em inglês, o livro listava exemplos que comparavam animais ("Elephants are bigger than monkeys." – quem diz isso em uma conversa normal?), para, logo em seguida, propor uma tarefa na qual os alunos deveriam comparar duas cidades completamente aleatórias (por que tenho que comparar duas cidades? Quando vou precisar fazer isso no mundo real?). O que agravou a situação, entretanto, foi a preocupação da professora em conseguir dar conta de todas essas propostas de maneira significativa, com a fluidez necessária ao se passar de uma atividade para outra. Aí, foi preciso ressaltar para a professora que o problema não estava nela, mas sim no material. E ter esse discernimento é difícil às vezes, principalmente se o professor se encontra em uma instituição que não lhe dá a liberdade de selecionar o que será relevante para os alunos e descartar o que não lhe servir. 

Neste caso, seria muito mais relevante trabalhar os comparativos utilizando como tópico algo que os alunos realmente pensariam em comparar em suas realidades. Entra aqui a necessidade de conhecermos nossos alunos e estarmos interessados no que querem, gostam, compram, ouvem e assistem. Dessa forma, podemos convidar nossos alunos a compararem duas séries de TV, duas bandas que gostam, dois destinos possíveis para uma viagem, dois animais de estimação para comprarem, etc. Tudo isso deve ser feito dentro de um contexto comunicativo. Mais tarde, então, podemos expandir o tópico para todas as possibilidades. Podemos, então, comparar animais (não elefantes e macacos, por favor!), cidades, casas, e tudo mais o que as gramáticas fazem porque o objetivo passa a ser a fixação da estrutura. 

Saber julgar quando um livro não está sendo relevante em termos comunicativos requer prática e também uma certa dose de coragem. Às vezes sentimos que estamos deixando de ensinar alguma coisa quando decidimos eliminar certos conteúdos ou atividades dos livros. Porém, se o fizermos com um objetivo em mente e em prol da comunicação significativa e relevante, nossos alunos ganharão muito mais. Afinal de contas, quantas vezes você já teve que comparar um macaco com um elefante? 

Using visuals to support Language learning - Louise Potter

Words are powerful! I believe we have all felt, at one time or another in our lives, the impact words have on our body and mind! The same goes for images, as they can convey very strong emotions. However, what I like most about images, is that they are straight to the point. Especially when used in a classroom. 

Teachers "are able to reach people much faster, much more efficiently, much more effectively" when they punctuate what they say with images that immediately help students "get the point," Burmark stated. Our students must learn to process both words and pictures. They must be able to move gracefully and fluently between text and images." 

Having said that, I regard imaging and using visuals in a classroom as an engaging and motivating way to get students talking and attempting to interpret an image or a photograph. Images have a greater potential in the classroom. Although they can connect students directly with the meaning of an object or color, they can also inspire students to be more critical, to make them analyse a situation, to debate about whether the image is demonstrating happiness or sadness or simply let them have a good laugh. 

Our students live in the digital age. They are constantly bombarded by images by all their social medias. Presently, teachers are able to get the message over better to teenagers by using images than by simply using words. Some say we are hindering their development by stimulating them visually. I look at it as a way to connect to students and use all their potential in order for them to express themselves verbally. By using visuals (which does not only have to be images), and having students interpret images, they are using other parts of their brain which must also be stimulated. 

As Burmark stated above, “students must be able to move gracefully and fluently between text and images."

Why can visuals help our students? 

We know as a fact that most of our students are visual learners. Furthermore, visuals are not only related to pictures. We can use graphic organizers, flashcards, comic strips, charts, videos and so many other tools. Some of these tools help students clarify and structure their thoughts, connect, brainstorm and classify information (mind maps), link information to prior knowledge (K-W-L Charts), compare information,(Venn diagrams), and enhance their creativity and connect them to authentic material (comic strips)

To know more about how to use visuals in the classroom, click here and take our online course: Beyond the Course Book.